Outros dois estudantes sumiram durante a trilha no passeio escolar, mas foram encontrados.
A mãe do estudante Daniel Hiarle Arruda de Oliveira, de 14 anos, que morreu nesta segunda-feira (6) durante uma excursão da escola no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães (MT), disse que o filho tinha pedido para ir ao passeio como um presente de aniversário. Além dele, outros dois alunos desapareceram na excursão, mas foram encontrados em uma trilha.
O corpo de Daniel foi encontrado a 3 metros de profundidade, depois de 5 horas de busca. A ausência dos três estudantes só foi notada na hora de ir embora, quando o grupo estava no ônibus.
“No dia 1º foi aniversário dele. Ele falou: ‘mãe, só me dá o passeio’. Aí eu falei: ‘ah Daniel, você só pede coisa difícil’, mas daí eu assinei o papel e o meu marido deu o dinheiro para ele ir”, contou Joceli Mara Rodrigues de Oliveira.
A mãe afirma que a escola informou que o filho dela, que cursava o 2º ano do ensino médio, estava desaparecido, mas ela acredita que a direção já sabia que ele já tinha morrido afogado e só não quis contar. Daniel foi encontrado morto pelo Corpo de Bombeiros na Cachoeira da Prainha, um dos pontos de parada do Circuito das Cachoeiras.
Jocely também questionou as informações passadas pela escola e a assistência dada.
“Por que ela [representante da escola] não me falou a verdade? Ela mentiu. Se ela tivesse falado ‘olha mãe, aconteceu isso, mas a gente já está tomando as providências’. Ela falou que ele tinha sumido, não que tinha morrido ali afogado”, afirmou Joceli.
A Secretaria de Educação de Mato Grosso divulgou uma nota de pesar na qual informa que o passeio foi realizado seguindo os protocolos das aulas de campo e com autorização dos pais e responsáveis pelo aluno (veja a íntegra da nota mais abaixo). As atividades escolares foram suspensas e só serão retomadas na quinta-feira (9).
Passeio feito com frequência pela escola
Os alunos pagaram R$ 30 para participar do passeio, segundo a mãe de Daniel. A excursão é feita com frequência pela Escola Estadual Professor Welcio Mesquita de Oliveira, localizada no Bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá. Este foi o segundo passeio realizado neste mês e havia outro previsto para esta terça-feira.
A mãe se diz arrependida por ter deixado o filho ir ao passeio.
“Ele era só uma criança. Se arrependimento matasse, eu estaria morta primeiro do que ele, porque eu não ia deixá-lo ir. Eu não ia deixar. Ele saiu de casa andando e agora vai voltar em um caixão”, declarou.
COMMENTS